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Maria da Penha ONLINE Governo do Distrito Federal
12/12/18 às 14h34 - Atualizado em 8/07/19 às 15h52

Lei de Uso e Ocupação do Solo é aprovada na Câmara Legislativa

 

projeto de lei complementar (PLC) que trata da Lei de Uso e Ocupação do Solo (Luos) foi aprovado na noite desta terça-feira (11) pela Câmara Legislativa por unanimidade dos 22 deputados distritais presentes no plenário da Casa. Na votação, houve duas ausências.

 

“É um legado que a cidade recebe. Foi um trabalho muito sério, que contou com a construção coletiva, com participação e controle social”, comemorou o secretário de Gestão do Território e Habitação, Thiago de Andrade.

 

Enviado pelo governo do Distrito Federal, o texto tem como objetivo definir normas e promover o controle urbanístico em Brasília e segue agora para sanção do governador.

 

A lei incide sobre aproximadamente 365 mil lotes urbanos registrados em cartório e espalhados por 24 regiões administrativas. Atualmente, eles seguem cerca de 420 regulamentos urbanos e seis planos diretores locais vigentes.

 

De acordo com a Secretaria de Gestão do Território e Habitação, a nova legislação tem a incumbência de unificar e sistematizar as regras para esses terrenos.

 

Ela traz detalhes como:

  • altura e área máxima de construção
  • taxa mínima de permeabilidade do solo
  • afastamentos de lotes vizinhos

 

Assim, reflete o reconhecimento da cidade real, com as dinâmicas próprias de uso e ocupação, com os objetivos de planejamento e ordenamento.

 

O que não está incluído na Luos

 

O conjunto urbanístico tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) não está incluído na Luos.

Dessa forma, estão fora da legislação:

  • Candangolândia
  • Cruzeiro
  • Plano Piloto
  • Sudoeste

 

Essas áreas seguem as diretrizes do Plano de Preservação do Conjunto Urbanístico de Brasília (PPCub).

 

Como foi a tramitação da Luos

 

Antes de ser levado a plenário, o PLC tramitou nas Comissões de Assuntos Fundiários; de Meio Ambiente; de Constituição e Justiça; e de Economia, Orçamento e Finanças.

 

Ao longo do processo de análise, mais de 140 emendas foram apresentadas e analisadas pelo Legislativo. Foram destacadas e aprovadas as emendas de nº 5 e nº 125 que tratam, respectivamente, da instalação de consulados, embaixadas, escritórios de advocacia e representações de estados e de municípios nos Lagos Sul e Norte; e da regularização de templos.

 

Entre as alterações no texto original, foi aceita ainda a subemenda que trata das atividades econômicas permitidas nas áreas residenciais, estabelecendo que elas estarão sujeitas à anuência prévia e escrita da vizinhança e que o licenciamento será concedido em caráter precário.

 

Nesse contexto, será considerada vizinhança o conjunto dos moradores cujas residências possam ser afetadas pelo incômodo das atividades a serem desempenhadas.

 

Participação da sociedade na elaboração da Luos

 

O projeto de lei da Luos foi construído pelo governo de Brasília com a participação da sociedade, por meio de:

  • 46 reuniões da câmara técnica
  • 24 consultas públicas presenciais nas regiões administrativas
  • 4 consultas públicas on-line
  • 3 audiências públicas
  • mais de 20 reuniões específicas

 

atual proposta é fruto de trabalho iniciado em 2009, que culminou na primeira versão encaminhada ao Legislativo em 2013.

Porém, no início de 2015, foi retirada de pauta para que a Secretaria de Gestão do Território e Habitação atualizasse os estudos e padronizasse a metodologia.

 

GABRIELLA JULIE E MARIANA DAMACENO, DA AGÊNCIA BRASÍLIA

EDIÇÃO: RAQUEL FLORES

Foto: Toninho Tavares/Agência Brasília.